As empresas estão ficando mais informais, mas alguns comentários - como contar que você bebeu todas ontem e foi trabalhar de ressaca - podem manchar sua imagem profissional. Mas com o nosso manual de etiqueta você não vai se queimar nunca mais
Às vezes a gente perde a noção e acaba esquecendo que é a empresa que paga nosso salário
A
sensação de incerteza sobre o que você pode ou não falar no trabalho é
cada vez mais comum. As empresas estão ficando mais descontraídas e os
chefes se preocupam mais com a vida pessoal dos funcionários. Sem contar
que as redes sociais estão aí, cheias de informações pessoais. Some
tudo isso a mais uma novidade do mundo corporativo: começamos a enxergar
vida pessoal e profissional quase como algo único, ou seja, só nos
sentimos plenamente felizes se estamos realizadas nos dois campos. Por
isso as linhas se cruzam tanto. Problema: às vezes a gente perde a noção
e acaba esquecendo que é a empresa que paga nosso salário, o colega que
compete pela mesma promoção e que os gestores avaliam não só
desempenho, mas também comportamento. Hummm, melhor deixar bem claro o
que você pode compartilhar e o que pega mal dizer...
...Para o chefe
Seu gestor é do tipo que leva a equipe para almoçar, participa do time de futebol da área e é supercompreensível quando alguém tem um problema? Ótimo, mas ele não é seu amigo. É chefe. Existe uma hierarquia e, pode mal parecer, mas vocês estão em pontos desiguais - pense: ele tem poder para despedi-la. O que vai definir até onde você pode ir é o contexto: se a empresa é descolada ou careta, se o clima no escritório é amigável ou tenso, se seu superior é reservado ou expansivo... "Você deve ler o cenário e agir de acordo com o código de conduta criado", diz Giuliana Hyppolito, consultora de recursos humanos, de São Paulo.
Se você acabou de ser contratada, um bom truque é ver como o pessoal se comporta em ambientes um pouco mais descontraídos, como um almoço fora ou uma happy hour (só uma caipirinha, ok?). Se está na empresa há um tempo, fica a dica: só fale sobre a sua vida privada com o chefe se ele tocar no assunto primeiro. Agora, modere a dose e guarde os assuntos delicados (como uma irmã depressiva ou um marido neurótico) para os amigos - a não ser quando um problema pessoal atrapalha seriamente seu desempenho (e você vai precisar fazer um almoço mais longo para ir ao médico, por exemplo). Mesmo nesse caso, não precisa contar todos os detalhes: diga que tem um assunto sério para resolver em casa e vai tentar não deixar que isso afete sua concentração.
...Para colegas
Tudo bem ser divertida, simpática, prestativa, solidária... Mas, quando você fica próxima demais das pessoas com quem trabalha, pode sofrer da síndrome do sincericídio, uma vontade incontrolável de sair por aí contado todos os seus podres. Na mesa do bar, então... ai, ai, ai... a bebida entra e a verdade sai. Pior que o efeito do álcool é o efeito manada: quando todo mundo começa a descascar uma pessoa da equipe e, sem perceber, você já disse que acha mesmo que as roupas da menina do outro departamento estão ótimas para ir ao show do Naldo, mas não para trabalhar. Por isso, adote a lei do silêncio para evitar as fofocas. Estão todos falando mal da estagiária e perguntam a sua opinião? Diga que não tem nada contra ela e comente alguma situação engraçada (mas não constrangedora) que aconteceu com você quando era estagiária, por exemplo. Sim, você passa pelo menos umas oito horas por dia ao lado de seus colegas e é provável que sinta carinho por muitos deles, mas não se esqueça de que as pessoas que dividem a máquina de café com você são também seus concorrentes - e nem sempre estão sendo tão sinceras assim.
...Para clientes
Para eles, você é a representante da empresa. O que acha que pensariam se, ao chegar atrasada em uma reunião, você começasse a dizer que ficou presa no escritório porque ninguém lá sabe fazer nada direito, que tem de carregar os outros nas costas e que seu chefe está tão preocupado em ser promovido que nem percebe o que acontece na equipe? Ou que, como acabou de abrir empresa, prefere resolver todos os pepinos sozinha, já que seus funcionários ainda não estão treinados? Opa! Sinal vermelho! Você precisa mesmo ser simpática e criar uma proximidade para fazer com que os clientes gostem de trabalhar ao seu lado. Só que isso não significa que deve abrir os problemas da empresa - seja ela sua ou não. Esqueça a discussão com o chefe, o colega folgado, o funcionário problemático... Na hora de falar com gente de fora, seja estritamente profissional: eles só vão escolher os serviços da sua empresa se acreditarem que ela é a mais capaz de entregar o que querem, então você tem que se vender como a melhor do mercado. Mantenha a cordialidade, claro, porém nunca desabafe nem mesmo com clientes que você conhece há anos. Se eles acharem que a empresa é um caos, podem desistir de fazer negócio com você. E aí a sua reputação vai por água abaixo.
...Para o chefe
Seu gestor é do tipo que leva a equipe para almoçar, participa do time de futebol da área e é supercompreensível quando alguém tem um problema? Ótimo, mas ele não é seu amigo. É chefe. Existe uma hierarquia e, pode mal parecer, mas vocês estão em pontos desiguais - pense: ele tem poder para despedi-la. O que vai definir até onde você pode ir é o contexto: se a empresa é descolada ou careta, se o clima no escritório é amigável ou tenso, se seu superior é reservado ou expansivo... "Você deve ler o cenário e agir de acordo com o código de conduta criado", diz Giuliana Hyppolito, consultora de recursos humanos, de São Paulo.
Se você acabou de ser contratada, um bom truque é ver como o pessoal se comporta em ambientes um pouco mais descontraídos, como um almoço fora ou uma happy hour (só uma caipirinha, ok?). Se está na empresa há um tempo, fica a dica: só fale sobre a sua vida privada com o chefe se ele tocar no assunto primeiro. Agora, modere a dose e guarde os assuntos delicados (como uma irmã depressiva ou um marido neurótico) para os amigos - a não ser quando um problema pessoal atrapalha seriamente seu desempenho (e você vai precisar fazer um almoço mais longo para ir ao médico, por exemplo). Mesmo nesse caso, não precisa contar todos os detalhes: diga que tem um assunto sério para resolver em casa e vai tentar não deixar que isso afete sua concentração.
...Para colegas
Tudo bem ser divertida, simpática, prestativa, solidária... Mas, quando você fica próxima demais das pessoas com quem trabalha, pode sofrer da síndrome do sincericídio, uma vontade incontrolável de sair por aí contado todos os seus podres. Na mesa do bar, então... ai, ai, ai... a bebida entra e a verdade sai. Pior que o efeito do álcool é o efeito manada: quando todo mundo começa a descascar uma pessoa da equipe e, sem perceber, você já disse que acha mesmo que as roupas da menina do outro departamento estão ótimas para ir ao show do Naldo, mas não para trabalhar. Por isso, adote a lei do silêncio para evitar as fofocas. Estão todos falando mal da estagiária e perguntam a sua opinião? Diga que não tem nada contra ela e comente alguma situação engraçada (mas não constrangedora) que aconteceu com você quando era estagiária, por exemplo. Sim, você passa pelo menos umas oito horas por dia ao lado de seus colegas e é provável que sinta carinho por muitos deles, mas não se esqueça de que as pessoas que dividem a máquina de café com você são também seus concorrentes - e nem sempre estão sendo tão sinceras assim.
...Para clientes
Para eles, você é a representante da empresa. O que acha que pensariam se, ao chegar atrasada em uma reunião, você começasse a dizer que ficou presa no escritório porque ninguém lá sabe fazer nada direito, que tem de carregar os outros nas costas e que seu chefe está tão preocupado em ser promovido que nem percebe o que acontece na equipe? Ou que, como acabou de abrir empresa, prefere resolver todos os pepinos sozinha, já que seus funcionários ainda não estão treinados? Opa! Sinal vermelho! Você precisa mesmo ser simpática e criar uma proximidade para fazer com que os clientes gostem de trabalhar ao seu lado. Só que isso não significa que deve abrir os problemas da empresa - seja ela sua ou não. Esqueça a discussão com o chefe, o colega folgado, o funcionário problemático... Na hora de falar com gente de fora, seja estritamente profissional: eles só vão escolher os serviços da sua empresa se acreditarem que ela é a mais capaz de entregar o que querem, então você tem que se vender como a melhor do mercado. Mantenha a cordialidade, claro, porém nunca desabafe nem mesmo com clientes que você conhece há anos. Se eles acharem que a empresa é um caos, podem desistir de fazer negócio com você. E aí a sua reputação vai por água abaixo.
Regra universal
Nunca critique sua empresa nas redes sociais. Isso pega muito mal e, dependendo do caso, dá até demissão por justa causa. Cuidado!